terça-feira, 21 de abril de 2009

Edição Abril 2009

DECOLORES

Boletim Informativo do

Movimento de Cursilhos de Cristandade

Arquidiocese de São Salvador - Bahia

EDITORIAL

Caros irmãos e irmãs,

O Grupo Executivo Nacional (GEN) nos apresenta uma PROPOSTA DE RELANÇAMENTO DO, MOVIMENTO DE CURSILHOS NO BRASIL à luz do Documento de Aparecida.
Esta proposta tem por objetivo apresentar um relançamento do Movimento que, “permanecendo fiel ao seu carisma original, deve-se interpelar pelas Palavras de Deus, pelos sinais dos tempos e pelos mais recentes Documentos do Magistério, em particular pelo Documento de Aparecida e pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – 2008-2010, com vistas a renovar seus recursos, otimizando-os, a fim de que possam ser instrumentos mais adequados para a busca e formação de discípulos missionários neste inicio do Terceiro Milênio”, diz o documento sobre a proposta.
Trata-se de “relançar”, considerando a dimensão pessoal e comunitária, ou seja, “uma revisão pessoal dos conceitos que se deseja relançar. É preciso converter-se à idéia; converter-se à convicção da necessidade de mudar. Conversão significa mudar de mentalidade ou, como dizem alguns, alimentar uma mentalidade de mudança. Mentalidade de mudança não significa mudar ao sabor dos ventos das últimas novidades, nem a sede de mudar por mudar. Significa, sim, convencer-se e estar convencido da necessidade de mudança por motivos ponderáveis”. Relançar, considerando a dimensão de “lançar de novo”, significa “apresentar o mesmo produto agora expurgado de alguns pontos acidentais do seu conteúdo, (...) pretende-se que o essencial permaneça conforme o original, mas que se adapte às novas circunstâncias de tempo e lugar e às pessoas que vivem nessas circunstâncias”. Também relançar, significa tentar mudar a sua imagem presente no pensamento dos agentes de pastoral e da hierarquia da Igreja.
O pessoal e comunitense comunitta.ursos, otimizando-os, a fim de que possam ser instrumentos mais adequados para a busca e formação.
Mesmo assim nos questionamos: Por que relançar o MCC no Brasil?
São passados quase 50 anos do MCC no Brasil e mais de sessenta do início na Espanha... “é uma corajosa iniciativa que lhe dê um novo vigor, um novo impulso, criando novas oportunidades para sua renovação e reinserção mais comprometida nos planos e nos esforços para uma nova Evangelização” que a Igreja nos convoca. Também porque é “fato notório que o MCC do Brasil necessita de recuperar sua imagem diante a hierarquia e de outras instâncias e instituições eclesiais; imagem que hoje é a de um movimento ultrapassado, fora do contexto... assim também pensam muitos leigos e leigas....” “... Nós, os responsáveis de hoje, deveríamos abrir os olhos para analisar desapaixonadamente, tudo o que se introduziu no MCC utilizando critérios pessoais e oportunistas...”
Aqui estamos para esse trabalho! Aqui estamos para o relançar!
É para essa reflexão que convidamos todos os cursilhistas para uma participação ativa e efetiva, a fim de fazermos valer à convocação: “CRISTO CONTA CONTIGO, nossa resposta: E EU, COM SUA GRAÇA”.

Saudações decolores,

Lucia Liguori
Coordenadora do GED - Salvador-Ba

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Carta Mensal - Abril 2009 - 01/04/2009
Carta MCC Brasil – Abr/2009 (116ª.)
“Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. Pois, se fomos, de certo modo, identificados a ele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição” (Rm 6,4-5). Amados irmãos e irmãs no Senhor Jesus Ressuscitado: Sejam intensas como a luz da Ressurreição e duradouras como a Vida eterna as alegrias pascais no coração e na vida de cada um e de cada uma de vocês! Antes de chegar à glória da Páscoa da Ressurreição, tempo que, com intensa alegria, já começamos a celebrar no inicio deste mês de abril, a caminhada de Jesus passou pelo sofrimento, pela paixão, pela cruz e pela morte. Esse também é o itinerário do seguidor de Jesus: uma caminhada “quaresmal” que dura a vida toda: “Se alguém que vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Por outro lado, crer no Filho de Deus e, portanto, com Ele assumir a cruz de cada dia, é garantia de vida e ressurreição: “Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,40). Reflitamos, então, brevemente sobre esses dois momentos-chave da vida do nosso Mestre e, consequentemente, da nossa vida de discípulos.
1. Sofrimento, cruz e morte – Por mais que imaginemos, jamais conseguiremos dimensionar o peso da cruz d’Aquele que tomou sobre os seus ombros os pecados de toda a humanidade. E ai está a diferença entre o peso material, físico, de uma cruz e o seu peso moral, incomensurável, incalculável para as limitações humanas. Pois se trata de todos os pecados e fraquezas de toda a humanidade desde os seus inícios até o fim dos tempos. Mas, e o nosso sofrimento, a nossa cruz, a nossa morte? Por acaso poderemos compará-los com os de Jesus? Certamente que não. Mas, como diz São Paulo, “pelo batismo fomos sepultados com ele na morte”. Morte que, para nós, são os males que nos afligem - quer os de ordem física, como as enfermidades ou os de ordem psicológica, moral ou espiritual e moral. Num ou em muitos casos, ou na maioria deles, tais sofrimentos são provenientes tanto de nossas limitações e fraquezas como seres humanos – por exemplo, veja no Evangelho de Mateus, cap.5,18-20, o que diz Jesus a respeito da impureza que sai do coração -, como são conseqüências de uma sociedade caracterizada, hoje, pelo egoísmo, pela injustiça, pela violência, pela insegurança, em fim, por uma sociedade e uma cultura cada dia mais distantes do projeto de salvação manifestado por Deus. Tudo isso é cruz e que termina na morte física, espiritual, moral ou psicológica. Nessa situação de “morte”, de “cruz”, de sofrimento, que sentimentos deveriam nos animar e que ações concretas vivenciar para mais nos assemelharmos a Jesus, o Servo Sofredor, mas ressuscitado?
2. Ressurreição e vida: São Paulo lembra ao seguidor de Jesus que para viver desde agora uma “vida nova” é necessário “ser sepultado com ele na morte”. Portanto, temos que criar em nós mesmos a certeza de que: a) a cruz e o sofrimento nos aproximam da cruz e do sofrimento de Cristo. Melhor, nos identificam com Ele de tal modo que, como Ele, podemos oferecê-los, generosa e solidariamente, para a redenção do mundo, hoje; b) não se trata, simplesmente, - como, talvez nos tenham ensinado desde nossa infância – de “conformar-se com a vontade de Deus” ou de “sofrer para ganhar o céu” padecendo sofrimentos e carregando cruzes, mas se trata de assumi-los e abraçá-los com alegria e generosidade para mais intimamente nos unir a Jesus com a firme esperança de que com Ele haveremos de ressuscitar: “Pois, se fomos, de certo modo, identificados com ele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição” (Rm 6,5). Mas, ao mesmo tempo em que, como discípulos seguidores de Jesus, antecipamos o gozo com a perspectiva da nossa ressurreição, não podemos nos esquecer de que, como seus missionários, devemos trabalhar da mesma forma e com a mesma dedicação, pela “ressurreição” do mundo, da sociedade, da cultura, das pessoas de nossos semelhantes, homens e mulheres e “para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz” (Lc 1,79). È necessário, portanto que, com coragem e determinação, manifestemos comunhão e solidariedade com os membros sofredores do povo de Deus para anunciar-lhes a ressurreição para uma vida nova e; que, assim, testemunhemos à sociedade aqueles “novos céus e uma nova terra” visualizados por João Evangelista (Ap 21,1), pela prática efetiva e comprometida da justiça, da solidariedade, da fraternidade e do perdão incondicional. Então, sim, a sociedade humana será justa e solidária; será uma sociedade que se vai transfigurando, nos limites do tempo e do espaço, em imagem visível do Reino de Deus. Será, em fim, uma sociedade de filhos e filhas de Deus; uma “sociedade pascal”. Para todos vocês, leitores e leitoras, irmãs e irmãs muito amados, como expressão de meus votos de uma santa e feliz Páscoa da Ressurreição e de uma intensa vivência de um alegre tempo pascal, sugiro que gravemos na mente e no coração a palavra de São Paulo citada no início: “Pois, se fomos, de certo modo, identificados a ele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição”! Meu abraço fraterno do irmão e companheiro de jornada pascal,
PE. José Gilberto Beraldo

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A SOLENE CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
POR ALFREDO OLIVEIRA

Estamos às vésperas da Semana Santa, quando nossa Igreja celebra, solenemente, a PÁSCOA DO SENHOR.
Para que a Páscoa de Cristo se torne uma presença em nossa vida, a Igreja procura vivenciá-la e celebrá-la como um sacramento de Deus, ou seja, como um sinal e instrumento da ação de Deus.
E isto, se faz: solenemente uma vez por ano, na chamada Semana Santa, que vamos celebrar logo mais, e também, diariamente – a celebração da Eucaristia que chamamos de Missa – que é, exatamente, a mesma celebração do mistério pascal. O que se faz na Semana Santa é uma celebração mais solene, mais elaborada, com tempo suficiente para uma meditação mais profunda sobre esse grande mistério de nossa fé.
A Igreja realiza todo ano a Semana Santa, com o objetivo:
1 - De celebrar solenemente a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, para reavivar nos fieis os fundamentos da fé cristã católica.
2 - Para proporcionar a cada fiel uma oportunidade maior e mais apropriada para voltar sua atenção para a grandeza e importância do mistério da Redenção.
3 - Para que cada fiel possa dar um balanço na sua vida espiritual, fazendo uma avaliação melhor de seu comportamento em relação: a Deus, a si mesmo, ao outro e ao mundo.
4 - Para uma maior conscientização de que não pode haver uma vida de verdadeira comunhão com o Cristo, sem que se procure fazer morrer o “homem velho” dominado pelo pecado, para surgir um “homem novo”, em Cristo.
Como todos sabem, a Semana Santa abrange desde o Domingo de Ramos até o Domingo da Páscoa do Senhor, sendo o ponto mais alto das celebrações, o Tríduo Pascal (quinta, sexta e sábado).
1 - O Domingo de Ramos, que é o 6º Domingo da Quaresma, recebe no Missal Romano o titulo completo de “Domingo de Ramos e da Paixão”.
Esse título já sinaliza que há dois aspectos fundamentais a realçar na liturgia desse dia: a comemoração da entrada messiânica de Jesus, em Jerusalém, e a comemoração da Paixão do Senhor.
2 - Para a segunda, terça e quarta-feira santas, a Igreja não faz programações gerais oficiais, deixando o tempo livre para programações especificas a critério de cada comunidade. (Normalmente esses dias são reservados para vigílias, confissões, adorações, procissões, vias sacras, etc. conforme o costume local).
3 - Na quinta feira, pela manhã, geralmente só é celebrada a missa da crisma, presidida pelo Arcebispo, na Catedral, e concelebrada pelos bispos auxiliares e sacerdotes da Arquidiocese, ocasião em que é feita a renovação do compromisso sacerdotal de todos os sacerdotes presentes e a benção do crisma (o óleo a ser utilizado em diversos sacramentos).
No fim da tarde ou princípio da noite é celebrada a missa da Ceia do Senhor.
A liturgia dessa celebração é marcada, sobretudo, pela comemoração da Última Ceia de Jesus e pela Instituição da Eucaristia, então realizada pelo Cristo. Também somos convidados a refletir sobre a instituição do sacerdócio ministerial e o serviço aos irmãos manifestado no rito do lava-pés.
4 - Na Sexta Feira Santa não se celebra missa, mas uma ação litúrgica denominada de “Celebração da Paixão do Senhor”.
A celebração consta, essencialmente, de três partes:
1 - Liturgia da Palavra e Oração Universal
2 - Adoração da Cruz
3 - Rito da Comunhão (com o Pão Eucarístico reservado no dia anterior, já que nesse dia não há consagração). Conforme o costume local, também são feitas: procissões, vias-sacras, apresentação das imagens de Senhor Morto e N. S. das Dores, etc., mas estes, são atos oriundos da piedade popular, que têm sua validade no enriquecimento da ação litúrgica, mas não são essenciais, nem fazem parte da programação oficial, segundo as normas litúrgicas para toda Igreja.
5 - No Sábado Santo fazemos a Vigília Pascal que se conclui com a proclamação da Páscoa da Ressurreição.
A Vigília Pascal se realiza em 4 (quatro) momentos:
1 - Celebração da Luz
2 - Liturgia da Palavra
3 - Liturgia Batismal
4 - Liturgia Eucarística.
6 - No Domingo de Páscoa tem início o tempo pascal, que se prolonga por 50 (cinqüenta) dias até Pentecostes, que é outra festa importante da Igreja.
Não podemos negar que as solenes celebrações da Páscoa, pela própria dinâmica dos atos litúrgicos são, de certa forma, demoradas.
Mas isso não deve ser motivo para que deixemos de comparecer à Igreja. A celebração do Tríduo Pascal é, também, uma festa. Uma grande festa, em que, embora inclua a tristeza da Paixão, na Sexta Feira Santa, mas que é regiamente recompensada pela certeza e alegria da Ressurreição proclamada na Vigília de Sábado.
Como cristãos conscientes, temos mais que o dever, temos a obrigação, de participar, prazerosamente, da todos os atos litúrgicos programados.
Para o cristão católico consciente, Semana Santa não é feriadão! É sim, um tempo especial para darmos mais atenção ao nosso compromisso de fé, e que até deixa ainda tempo e espaço bastante para um bom descanso e lazer. Vamos todos, então, à festa!
Uma feliz Semana Santa para todos!