segunda-feira, 4 de junho de 2012

JUNHO 2012

DeColores
Jornal Informativo do
Movimento de Cursilhos de Cristandade
Arquidiocese de São Salvador – Bahia

Editorial

Realizamos a nossa Assembleia Diocesana com a orientação do Grupo Executivo Regional, onde foram apresentadas propostas para o nosso AGIR, para celebrar o Jubileu de ouro do MCC no Brasil.

Para uma melhor ação missionária deveremos buscar o  auto-conhecimento, a vivência da oração e da unidade, propostas que nos foram feitas no Cursilho que fizemos.

Temos tido a graça de participar de nossa Escola Vivencial, bem atuante, visando a formação integral, diversificando os temas a serem estudados, de acordo com a orientação do Grupo Executivo Nacional para este ano de 2012.

Nossa grande dificuldade tem sido ainda o Pré-Cursilho, e pedimos aos irmãos cursilhistas que apresentem candidatos de acordo com as exigências do Movimento, para que possamos fortalecer o Cursilho, assumindo o carisma e a essência do MCC nos ambientes da sociedade que vivemos.

Vamos atuar como verdadeiros agentes transformadores sociais, buscando vivenciar passo a passo o que o MCC estabelece, assumindo nosso compromisso com a maior responsabilidade, “para que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé”.

Que Santo Antonio, São João, São Pedro e São Paulo – nosso patrono, nos ajudem em nossa caminhada a vivenciar o essencial cristão, buscando viver a espiritualidade do seguimento de Jesus, em todas as circunstâncias de nosso viver.

Meu abraço decolores,
                                                                                                 Lygia Fialho
Coordenador do GED Salvador
                                                                                                                 
                                        
Pedro e Paulo

"colunas" da Igreja

Dom Murilo S.R. Krieger, SCJ

No passado, celebrava-se a solenidade de São Pedro e São Paulo em 29 de junho. Hoje, quando o dia 29 não cai no domingo, essa solenidade é celebrada no primeiro domingo após este dia. Por que há essa celebração? Porque São Pedro e São Paulo são duas “colunas” da Igreja. Ambos foram apóstolos e deram as vida por Cristo, em Roma, por ocasião das perseguições de Nero (cerca de 64 d.C.) Jesus é a “pedra angular” da Igreja; nós somos “concidadãos dos santos e moradores da casa de Deus”, edificados sobre o alicerce dos apóstolos (Ef 2, 19-20).

É surpreendente constatar quanto nossa fé deve a esses dois apóstolos, que percorreram caminhos diferentes, até serem apóstolos de Jesus Cristo. Olhando-os hoje e tomando consciência do que fizeram, percebemos melhor como age a graça de Deus no coração das pessoas e na história do mundo. O próprio Paulo testemunhou aos cristãos de Corinto: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos” (1Cor 12, 4-7). “Em vista do bem de todos”, Deus escolheu dois homens extraordinários, que se completam e que muito nos ensinam.

Quem era Pedro? Era um pescador. Certamente, teria morrido pescador, se Jesus não tivesse passado um dia em sua vida. Deixemos a descrição desse momento para o evangelista Mateus: “Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens’. Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram” (Mt 4, 18-20). Nesse “imediatamente” está um pouco do temperamento de Pedro: era uma pessoa impulsiva, sanguínea, de relações imediatas. Passará a seguir o Mestre pelas estradas, da Galileia à Judeia; acompanhará suas pregações e seus milagres; fará intervenções oportunas e inoportunas. Dirá palavras sublimes: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo!” (Mt 16, 16); mas também dirá palavras desconcertantes: “Não sei de que estás falando” (Mt 26, 70), respondendo a uma criada que, após a prisão de Jesus, dele se aproximou, apontando-o como um dos que acompanhavam Jesus. Talvez nenhuma ocasião tenha sido tão dolorosa para ele como aquela em que Jesus, por três vezes, lhe perguntou: “Tu me amas?” (Jo 21, 15-19). Sua resposta após a terceira vez em que foi  interrogado, demonstrou que tinha feito uma verdadeira  experiência da verdade – e a verdade é irmã da humildade: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. Poucos deram ao longo da história da Igreja, um testemunho tão comovente de Jesus Cristo.

O caminho de Paulo até tornar-se apóstolo de Jesus Cristo foi muito diferente. Filho de um judeu de Tarso, estudou em Jerusalém e se especializou em estudos bíblicos. Zeloso observante das leis judáicas, preocupou-se com a expansão da Igreja de Jesus, que estava apenas surgindo. Tendo recebido cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, queria levar presos para Jerusalém, os homens e as mulheres que encontrasse, adeptos do  Caminho” (At 9, 2). Contudo, Jesus o esperava na estrada de Damasco, “De repente, viu-se cercado por uma luz que vinha do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Saulo perguntou: ‘Quem és Senhor?’ A voz respondeu: ‘Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo’ (At 9, 3-5). Saulo, que depois disso passou a se chamar Paulo, teve, no momento de sua conversão, sua primeira lição a respeito do cristianismo –lição que marcará seu apostolado e suas cartas: Jesus se identifica com seus discípulos. A partir daí, Cristo tornou-se uma verdadeira paixão na vida desse apóstolo, a ponto de testemunhar aos galatas: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim”(Gl 2, 20). Dedicou sua vida para anunciá-Lo a judeus e pagãos.

Pedro e Paulo: dois irmãos nossos; dois apóstolos de Jesus Cristo; duas “colunas” da Igreja. Por isso, peçamos ao Pai: “Concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos desses apóstolos, que nos deram as primícias da fé”.

                                                        Dom Murilo S.R. Krieger SCJ
                                                                 Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil
(Texto extraído do Mensageiro do Coração de Jesus - junho/2012)

aniversariantes 

Não tivemos  ultreya  no mês de maio, por issso não tivemos o jornal decolores. Mas, não esquecemos dos nossos aniversariantes do mês de maio, o mês de Maria, o mês das  Mães. O mês de junho também rico em festejos dos nossos Santos: Santo Antonio, São João, São Pedro e São Paulo.

Rezemos por todos  os aniversariantes de maio e de junho; que Deus os cubra sempre com as suas bênçãos.  São os desejos do Ged Salvador:

Maio:
Dia 1º - Airy Galrão Couto e Lice Pinheiro Lima, dia 04 – Gilson Luis de Oliveira Gama e Lais Milena Lima, dia 05 - Vera Lucia Koser, dia 06 – Carolina Beltrão, dia 07 – Maria Arlinda Moscoso, dia 08 - Thisa Negreiros Silva, dia 12 – Mariana Cajueiro Vieira e Diva Mendes, dia 14 – Eliana Magalhães de Macedo,  dia 15 – May, dia 16 – Bruna Valério dos Santos, dia 20 – Maria Jeane dos Santos, dia 23 – Orlando Figueira Sales e Maria Auxiliadora Lepikson BILA, dia 24 – Janice Santana Cruz, dia 26 – Veridianne Silva Santos ANNE e Nina Almeida Lyra, dia 28 – Janine Soub.

Junho:
Dia 1º - Maria Emilia de Melo Lins, dia 04 – Catharine Silva Santos e Célia Braga, dia 06 – Rita Valéria Carvalho e Silva, dia 7 – Sandra Ferreira Oliveira, dia 09 – Ana Elena da Rin Sodré, dia 12 – Angélica Antonia Liguori, Marcos Eduardo de Souza Gama MARQUINHOS, João Penalva de Sousa e Lygia Oliva, dia 15 – Lourdes Carvalho, dia 17 - Antonio Roque Bonfim e Derneval Araújo Ribeiro, dia 22 – Maria Eunice Carvalho de Oliveira, dia 28 – Sonia Bastos e Maria Madalena Lima, dia 30 – Raquel Marques Mattos, Georgeton Sales Nascimento e Stella Britto.


Notícias DECOLORES


Gente, a programação do Forró Decolores está bombando. O evento contará com Música ao vivo, naturalmente, muito forró,  grande variedade de comidas típicas do São João e outras coisas mais, que só não vai ficar sabendo quem não for prestigiar esse momento fantástico que está sendo organizado por Gilson e vários cursilhistas colaboradores. Os ingressos custam apenas R$ 15,00 e será amanhã, dia 03 domingo, no TOQ DE BOLA, travessa Professor Pinto de Aguiar, nº 42, no bairro do Imbuí. (ponto de referência: (Cesta do Povo). O horário será das 10h00 às 16h00.


Assembleia Diocesana

Realizou-se no dia 05 de maio pp. a nossa Assembleia  Diocesana de 2012. Foi dado maior enfoque à programação dos eventos comemorativos do Jubileu do MCC no Brasil. Vamos continuar trabalhando pelo êxito da comemoração dos 50 anos de luta e muita dedicação ao Movimento de Cursilhos de Cristandade no Brasil.


CARTA DO MCC BRASIL - Junho/2012
PE José Gilberto Beraldo


“Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20).

      Meus amados irmãos e irmãs, “templos de Deus e habitação do Espírito de Deus” (cf. 1Cor 3,16):

          A proposta desta Carta mensal é a de proporcionar alguns pontos para nossa reflexão a partir do mistério da Santíssima Trindade. Muito se poderia escrever sobre este mistério, o mais profundo e desafiador para nossa natureza humana e para a nossa fé. Detenhamo-nos sobre alguns deles apenas.
           1. A Santíssima Trindade. Celebrada a grande festa do Espírito Santo, numa perene manifestação do Espírito de Deus, somos convidados a comemorar no próximo dia 03/06, uma como que síntese de todas as celebrações, do Natal até agora: o mistério da Santíssima Trindade. O Domingo da Santíssima está destinado a repercutir em todos os outros domingos e dias do ano, precisamente porque nas Três Pessoas Divinas vive-se um dos mistérios centrais de nossa fé. A esse respeito afirma o Papa Bento XVI na sua preciosa Exortação Apostólica ‘Verbum Domini’(VD): “No Filho, «Logos feito carne» (cf. Jo 1, 14), que veio para cumprir a vontade d’Aquele que O enviou (cf. Jo 4, 34), Deus, fonte da revelação, manifesta-Se como Pai e leva à perfeição a educação divina do homem, já anteriormente animada pela palavra dos profetas e pelas maravilhas realizadas na criação e na história do seu povo e de todos os homens. O apogeu da revelação de Deus Pai é oferecido pelo Filho com o dom do Paráclito (cf. Jo 14, 16), Espírito do Pai e do Filho, que nos «guiará para a verdade total» (Jo 16, 13). Deste modo, todas as promessas de Deus se tornam «sim» em Jesus Cristo (cf. 2 Cor 1, 20). Abre-se assim, para o homem, a possibilidade de percorrer o caminho que o conduz ao Pai (cf. Jo 14, 6), para que no fim «Deus seja tudo em todos» (1 Cor 15, 28) (VD 20). Aliás, ao enviar seus discípulos para a missão de anunciar o Reino a todo o mundo e fazer discípulos, Jesus manda que estes sejam “batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Esta nossa carta, portanto, tem como foco, alguma reflexões sobre a Trindade Santíssima.

                                                                          a) Viver nas Três Pessoas divinas e abrir sua intimidade deixando-se invadir por Elas.  Quantas vezes e em quantas oportunidades temos ouvido e lido, quem sabe até, entre a incredulidade e a dúvida, que somos habitação do Deus Trindade? Pois não é da boca do próprio Jesus e por meio de São João que ouvimos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”? [1]Aproveito-me desta oportunidade para apresentar aos caros leitores um exemplo marcante dessa vivência de intimidade trinitária. Trata-se da Beata Elizabete da Trindade, em cujos escritos encontrei um forte alimento para minha própria vida. Até como um testemunho pessoal – se me permitem - muito mais aprendi sobre a Santíssima Trindade por meio dos escritos desta jovem carmelita reclusa no seu Carmelo do que em todos os meus cursos de teologia. Pois nos livros aprendi a teoria e, ainda que ainda tão distante daquele caminho, em Elizabete da Trindade aprendi a prática e a experiência da intimidade com a Santíssima Trindade.

              No dia 2 de janeiro de 1901, aos 21 anos, Elizabete ingressou no Carmelo Descalço de Dijon, cidade onde vivia com sua família. Recebeu o hábito no dia 8 de dezembro de 1902 e no dia 11 de janeiro de 1903 emitiu seus votos religiosos na Ordem do Carmelo, que já amava com toda sua alma. Com sua vida e doutrina, breve mas sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Em sua obra distinguem-se: Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 25 de novembro de 1984, festa de Cristo Rei. Sua festa é celebrada no dia 8 de novembro. Cito algumas afirmações da Beata Elizabete que me parecem oportunas para nossa reflexão: “Eu sou “Elisabeth da Trindade”, ou seja, a Elisabeth que desaparece, que se perde nos Três e se deixa invadir por Eles”. Ainda: Não existem mais distâncias, porque já é o Uno como no céu… o céu que um dia chegará quando então veremos a Deus na sua luz”. Elisabete se rejubila e se “perde” no mistério da Trindade: “Deus em mim, e eu nele” deve ser o nosso lema. Que jubiloso mistério a presença de Deus dentro de nós, neste íntimo santuário das nossas almas onde sempre podemos encontrá-lo, também quando não percebemos mais sensivelmente a sua presença! Que importa o sentimento? Talvez ele esteja também mais perto, quando menos o sentimos”[2]. b) A Santíssima Trindade e a experiência mística. Ou, em outras palavras, uma experiência de espiritualidade nascida e enraizada na Trindade Santíssima. Imagino que alguém poderia, até, pensar que esta experiência seria possível somente a alguns privilegiados, santos e santas, recolhidos num convento ou mosteiro, longe do ruído do mundo aqui fora. Engano, pois posso testemunhar o contrário e partilhar com todos os meus caros leitores. Durante este meu já longo ministério sacerdotal, entre outras inúmeras graças que por Deus me foram concedidas, tive a de poder acompanhar alguns leigos e leigas, cuja vida foi uma continua experiência mística, experiência de um profundo envolvimento com o mistério de habitação da Santíssima Trindade. Sobretudo de uma delas: convertida de certa indiferença religiosa como tantos cristãos, hoje; mãe de família, dedicada e ocupada com todos os problemas de sua casa e, não raro, oprimida por eles, soube viver intensamente essa experiência, conciliando e entrelaçando em todos os momentos de sua vida, a contemplação com a ação. Uma preciosa fonte para seu amadurecimento na espiritualidade trinitária foi, precisamente, a Beata Elizabete da Trindade e seus escritos, fonte nas quais hauria tanta inspiração e tanta força para andar pelos caminhos de Jesus. Num momento de intensa experiência do Deus Trino, eis como Elizabete se refere ao mistério da habitação trinitária: “No seio dos Três, banhados na luz,/sob as claridades da Face de Deus/nós penetramos o segredo do Mistério/ que cada dia parece mais radiosos!/Ser infinito, profundidade insondável,/nós comungamos da tua Divindade./Ó Trindade, ó Deus, nosso Imutável,/Nós vemos a ti mesmo em tua claridade”.[3]    
c) Em busca de uma espiritualidade trinitária. Como conclusão desta nossa breve reflexão sobre o mistério da Santíssima Trindade – e infinitamente mais poderíamos escrever e falar - proponho a todos os caros leitores a busca e a experiência de uma espiritualidade trinitária que leve à comunhão entre a ação e a contemplação. De fato, não é possível uma espiritualidade que se restrinja apenas a momentos de oração como também não se pode entender uma espiritualidade que se contente com ativismo, aliás, ativismo que parece, até, uma característica de movimentos ou outras comunidades eclesiais. Talvez possa ajudar-nos na caminhada trazer para a nossa vida uma afirmação do atual Arcebispo italiano e exímio teólogo Bruno Forte: o Pai é o Silêncio (criar espaços de silêncio para ouvir); o Filho é a Palavra (anunciar Jesus e seu Evangelho) e o Espírito Santo é o Encontro (encontrar-se com a Santíssima Trindade que habita em cada filho e filha de Deus e com o mundo a ser fermentado com os valores e critérios do Evangelho).

Que Maria, a ouvinte atenta do Pai através do Anjo da Anunciação; a imaculada Mãe do Filho,  Palavra do Pai e a fiel habitação do Espírito Santo (cf.Lc 1,26-18) acompanhe os passos de todos nós na busca incansável de uma espiritualidade genuinamente trinitária!

Um abraço fraterno e carinhoso do amigo e irmão de sempre e para sempre,  
  

                                                                                                                 Pe.José Gilberto Beraldo
                                                                          Segundo Assessor Eclesiástico Nacional - MCC do Brasil


[1] Na linguagem da teologia encontra-se o termo “in-habitação” para designar este mistério.
[2] Em “Elisabete da Trindade-Obras completas”, Ed.Vozes, Pensamentos extraídos de suas Carta (294).
[3] Id ibidem p.673 (escrita em 15 de junho de 1902).