DeColores
Jornal Informativo do
Movimento de Cursilhos de Cristandade
Arquidiocese de São Salvador – Bahia
Editorial
Realizamos a nossa
Assembleia Diocesana com a orientação do Grupo Executivo Regional, onde foram
apresentadas propostas para o nosso AGIR, para celebrar o Jubileu de ouro do
MCC no Brasil.
Para uma melhor ação
missionária deveremos buscar o
auto-conhecimento, a vivência da oração e da unidade, propostas que nos foram
feitas no Cursilho que fizemos.
Temos tido a graça de
participar de nossa Escola Vivencial, bem atuante, visando a formação integral,
diversificando os temas a serem estudados, de acordo com a orientação do Grupo
Executivo Nacional para este ano de 2012.
Nossa
grande dificuldade tem sido ainda o Pré-Cursilho, e pedimos aos irmãos
cursilhistas que apresentem candidatos de acordo com as exigências do
Movimento, para que possamos fortalecer o Cursilho, assumindo o carisma e a essência
do MCC nos ambientes da sociedade que vivemos.
Vamos atuar como verdadeiros agentes
transformadores sociais, buscando vivenciar passo a passo o que o MCC
estabelece, assumindo nosso compromisso com a maior responsabilidade, “para que
todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé”.
Que Santo Antonio, São
João, São Pedro e São Paulo – nosso patrono, nos ajudem em nossa caminhada a
vivenciar o essencial cristão, buscando viver a espiritualidade do seguimento
de Jesus, em todas as circunstâncias de nosso viver.
Meu abraço
decolores,
Lygia Fialho
Coordenador do GED Salvador
Pedro e Paulo
"colunas" da Igreja
Dom Murilo S.R. Krieger, SCJ
No
passado, celebrava-se a solenidade de São Pedro e São Paulo em 29 de junho.
Hoje, quando o dia 29 não cai no domingo, essa solenidade é celebrada no
primeiro domingo após este dia. Por que há essa celebração? Porque São Pedro e
São Paulo são duas “colunas” da Igreja. Ambos foram apóstolos e deram as vida
por Cristo, em Roma, por ocasião das perseguições de Nero (cerca de 64 d.C.)
Jesus é a “pedra angular” da Igreja; nós somos “concidadãos dos santos e
moradores da casa de Deus”, edificados sobre o alicerce dos apóstolos (Ef 2,
19-20).
É surpreendente constatar quanto nossa fé deve
a esses dois apóstolos, que percorreram caminhos diferentes, até serem apóstolos
de Jesus Cristo. Olhando-os hoje e tomando consciência do que fizeram,
percebemos melhor como age a graça de Deus no coração das pessoas e na história
do mundo. O próprio Paulo testemunhou aos cristãos de Corinto: “Há diversidade
de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor
é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em
todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos”
(1Cor 12, 4-7). “Em vista do bem de todos”, Deus escolheu dois homens
extraordinários, que se completam e que muito nos ensinam.
Quem era Pedro? Era um pescador.
Certamente, teria morrido pescador, se Jesus não tivesse passado um dia em sua
vida. Deixemos a descrição desse momento para o evangelista Mateus: “Caminhando
à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu
irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes
disse: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens’. Eles, imediatamente,
deixaram as redes e o seguiram” (Mt 4, 18-20). Nesse “imediatamente” está um
pouco do temperamento de Pedro: era uma pessoa impulsiva, sanguínea, de
relações imediatas. Passará a seguir o Mestre pelas estradas, da Galileia à
Judeia; acompanhará suas pregações e seus milagres; fará intervenções oportunas
e inoportunas. Dirá palavras sublimes:
“Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo!” (Mt 16, 16); mas também dirá palavras
desconcertantes: “Não sei de que estás falando” (Mt 26, 70), respondendo a uma
criada que, após a prisão de Jesus, dele se aproximou, apontando-o como um dos
que acompanhavam Jesus. Talvez nenhuma ocasião tenha sido tão dolorosa para ele
como aquela em que Jesus, por três vezes, lhe perguntou: “Tu me amas?” (Jo 21,
15-19). Sua resposta após a terceira vez em que foi interrogado, demonstrou que tinha feito uma
verdadeira experiência da verdade – e a
verdade é irmã da humildade: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”.
Poucos deram ao longo da história da Igreja, um testemunho tão comovente de
Jesus Cristo.
O
caminho de Paulo até tornar-se apóstolo de Jesus Cristo foi muito diferente.
Filho de um judeu de Tarso, estudou em Jerusalém e se especializou em estudos
bíblicos. Zeloso observante das leis judáicas, preocupou-se com a expansão da
Igreja de Jesus, que estava apenas surgindo. Tendo recebido cartas de
recomendação para as sinagogas de Damasco, queria levar presos para Jerusalém, os
homens e as mulheres que encontrasse, adeptos do Caminho” (At 9, 2). Contudo, Jesus o esperava
na estrada de Damasco, “De repente, viu-se cercado por uma luz que vinha do
céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues?”. Saulo perguntou: ‘Quem és Senhor?’ A voz respondeu: ‘Eu sou Jesus,
a quem tu estás perseguindo’ (At 9, 3-5). Saulo, que depois disso passou a se
chamar Paulo, teve, no momento de sua conversão, sua primeira lição a respeito
do cristianismo –lição que marcará seu apostolado e suas cartas: Jesus se
identifica com seus discípulos. A partir daí, Cristo tornou-se uma verdadeira
paixão na vida desse apóstolo, a ponto de testemunhar aos galatas: “Eu vivo,
mas não eu: é Cristo que vive em mim”(Gl 2, 20). Dedicou sua vida para
anunciá-Lo a judeus e pagãos.
Pedro e Paulo: dois irmãos
nossos; dois apóstolos de Jesus Cristo; duas “colunas” da Igreja. Por isso,
peçamos ao Pai: “Concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos desses
apóstolos, que nos deram as primícias da fé”.
Dom Murilo S.R. Krieger SCJ
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil
(Texto extraído do Mensageiro do Coração de Jesus - junho/2012)
aniversariantes
Não tivemos ultreya
no mês de maio, por issso não tivemos o jornal decolores.
Mas, não esquecemos dos nossos aniversariantes do mês de maio, o mês de Maria,
o mês das Mães. O mês de junho também
rico em festejos dos nossos Santos: Santo Antonio, São João, São Pedro e São
Paulo.
Rezemos por
todos os aniversariantes de maio e de
junho; que Deus os cubra sempre com as suas bênçãos. São os desejos do Ged Salvador:
Maio:
Dia 1º - Airy Galrão Couto e Lice Pinheiro Lima, dia 04 – Gilson Luis
de Oliveira Gama e Lais Milena Lima, dia 05 - Vera Lucia Koser, dia 06 –
Carolina Beltrão, dia 07 – Maria Arlinda Moscoso, dia 08 - Thisa Negreiros
Silva, dia 12 – Mariana Cajueiro Vieira e Diva Mendes, dia 14 – Eliana
Magalhães de Macedo, dia 15 – May, dia
16 – Bruna Valério dos Santos, dia 20 – Maria Jeane dos Santos, dia 23 –
Orlando Figueira Sales e Maria Auxiliadora Lepikson BILA, dia 24 – Janice
Santana Cruz, dia 26 – Veridianne Silva Santos ANNE e Nina Almeida Lyra, dia 28
– Janine Soub.
Junho:
Dia 1º - Maria Emilia de Melo Lins, dia 04 – Catharine Silva Santos e
Célia Braga, dia 06 – Rita Valéria Carvalho e Silva, dia 7 – Sandra Ferreira
Oliveira, dia 09 – Ana Elena da Rin Sodré, dia 12 – Angélica Antonia Liguori,
Marcos Eduardo de Souza Gama MARQUINHOS, João Penalva de Sousa e Lygia Oliva,
dia 15 – Lourdes Carvalho, dia 17 - Antonio Roque Bonfim e Derneval Araújo
Ribeiro, dia 22 – Maria Eunice Carvalho de Oliveira, dia 28 – Sonia Bastos e
Maria Madalena Lima, dia 30 – Raquel Marques Mattos, Georgeton Sales Nascimento
e Stella Britto.
Notícias DECOLORES
Gente, a programação do Forró Decolores está bombando. O evento contará com Música ao vivo, naturalmente, muito forró, grande variedade de comidas típicas do São João e outras coisas mais, que só não vai ficar sabendo quem não for prestigiar esse momento fantástico que está sendo organizado por Gilson e vários cursilhistas colaboradores. Os ingressos custam apenas R$ 15,00 e será amanhã, dia 03 domingo, no TOQ DE BOLA, travessa Professor Pinto de Aguiar, nº 42, no bairro do Imbuí. (ponto de referência: (Cesta do Povo). O horário será das 10h00 às 16h00.
Assembleia Diocesana
Realizou-se no dia 05 de maio pp. a nossa Assembleia Diocesana de 2012. Foi dado maior
enfoque à programação dos eventos
comemorativos do Jubileu do MCC no Brasil. Vamos continuar trabalhando pelo
êxito da comemoração dos 50 anos de luta e muita dedicação ao Movimento de
Cursilhos de Cristandade no Brasil.
CARTA DO MCC BRASIL - Junho/2012
PE José Gilberto Beraldo
“Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os
povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os
a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias,
até o fim do mundo” (Mt 28, 19-20).
Meus amados irmãos e irmãs, “templos de
Deus e habitação do Espírito de Deus” (cf. 1Cor 3,16):
A
proposta desta Carta mensal é a de proporcionar alguns pontos para nossa
reflexão a partir do mistério da Santíssima Trindade. Muito se poderia escrever
sobre este mistério, o mais profundo e desafiador para nossa natureza humana e
para a nossa fé. Detenhamo-nos sobre alguns deles apenas.
1. A Santíssima Trindade. Celebrada a grande festa do Espírito Santo, numa
perene manifestação do Espírito de Deus, somos convidados a comemorar no
próximo dia 03/06, uma como que síntese de todas as celebrações, do Natal até
agora: o mistério da Santíssima Trindade. O Domingo da Santíssima está
destinado a repercutir em todos os outros domingos e dias do ano, precisamente
porque nas Três Pessoas Divinas vive-se um dos mistérios centrais de nossa fé.
A esse respeito afirma o Papa Bento XVI na sua preciosa Exortação Apostólica
‘Verbum Domini’(VD): “No Filho, «Logos feito carne» (cf. Jo 1, 14), que veio para cumprir a
vontade d’Aquele que O enviou (cf. Jo
4, 34), Deus, fonte da revelação, manifesta-Se como Pai e leva à perfeição a
educação divina do homem, já anteriormente animada pela palavra dos profetas e
pelas maravilhas realizadas na criação e na história do seu povo e de todos os
homens. O apogeu da revelação de Deus Pai é oferecido pelo Filho com o dom do
Paráclito (cf. Jo 14, 16), Espírito
do Pai e do Filho, que nos «guiará para a verdade total» (Jo 16, 13). Deste modo, todas as
promessas de Deus se tornam «sim» em Jesus Cristo (cf. 2 Cor 1, 20). Abre-se assim, para o homem, a possibilidade de
percorrer o caminho que o conduz ao Pai (cf. Jo 14, 6), para que no fim «Deus seja tudo em todos» (1 Cor 15, 28) (VD 20). Aliás, ao
enviar seus discípulos para a missão de anunciar o Reino a todo o mundo e fazer
discípulos, Jesus manda que estes sejam “batizados
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Esta nossa carta, portanto,
tem como foco, alguma reflexões sobre a Trindade Santíssima.
a)
Viver nas Três Pessoas divinas e abrir sua intimidade deixando-se invadir por
Elas.
Quantas vezes e em quantas oportunidades temos ouvido e lido, quem sabe
até, entre a incredulidade e a dúvida, que somos habitação do Deus Trindade?
Pois não é da boca do próprio Jesus e por meio de São João que ouvimos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra;
meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”? [1]Aproveito-me
desta oportunidade para apresentar aos caros leitores um exemplo marcante dessa
vivência de intimidade trinitária. Trata-se da Beata Elizabete da Trindade, em
cujos escritos encontrei um forte alimento para minha própria vida. Até como um
testemunho pessoal – se me permitem - muito mais aprendi sobre a Santíssima
Trindade por meio dos escritos desta jovem carmelita reclusa no seu Carmelo do
que em todos os meus cursos de teologia. Pois nos livros aprendi a teoria e,
ainda que ainda tão distante daquele caminho, em Elizabete da Trindade aprendi
a prática e a experiência da intimidade com a Santíssima Trindade.
No dia 2 de
janeiro de 1901, aos 21 anos, Elizabete ingressou no Carmelo Descalço de Dijon,
cidade onde vivia com sua família. Recebeu o hábito no dia 8 de dezembro de
1902 e no dia 11 de janeiro de 1903 emitiu seus votos religiosos na Ordem do
Carmelo, que já amava com toda sua alma. Com sua vida e doutrina, breve mas
sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por
sua experiência trinitária. Em sua obra distinguem-se: Elevações, Retiros,
Notas Espirituais e Cartas. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 25
de novembro de 1984, festa de Cristo Rei. Sua festa é celebrada no dia 8 de
novembro.
Cito algumas afirmações da Beata Elizabete que me parecem
oportunas para nossa reflexão: “Eu sou “Elisabeth da Trindade”, ou
seja, a Elisabeth que desaparece, que se perde nos Três e se deixa invadir por
Eles”.
Ainda: “Não existem mais distâncias, porque já é o Uno como no céu… o céu que um
dia chegará quando então veremos a Deus na sua luz”. Elisabete se rejubila e se “perde” no mistério da Trindade: “Deus em mim, e eu nele” deve ser o nosso
lema. Que jubiloso mistério a presença de Deus dentro de nós, neste íntimo
santuário das nossas almas onde sempre podemos encontrá-lo, também quando não
percebemos mais sensivelmente a sua presença! Que importa o sentimento? Talvez
ele esteja também mais perto, quando menos o sentimos”[2]. b) A Santíssima Trindade e a experiência mística. Ou,
em outras palavras, uma experiência de espiritualidade nascida e enraizada na
Trindade Santíssima. Imagino que alguém poderia, até, pensar que esta
experiência seria possível somente a alguns privilegiados, santos e santas,
recolhidos num convento ou mosteiro, longe do ruído do mundo aqui fora. Engano,
pois posso testemunhar o contrário e partilhar com todos os meus caros
leitores. Durante este meu já longo ministério sacerdotal, entre outras
inúmeras graças que por Deus me foram concedidas, tive a de poder acompanhar
alguns leigos e leigas, cuja vida foi uma continua experiência mística,
experiência de um profundo envolvimento com o mistério de habitação da
Santíssima Trindade. Sobretudo de uma delas: convertida de certa indiferença
religiosa como tantos cristãos, hoje; mãe de família, dedicada e ocupada com
todos os problemas de sua casa e, não
raro, oprimida por eles, soube viver intensamente essa experiência, conciliando
e entrelaçando em todos os momentos de sua vida, a contemplação com a ação. Uma
preciosa fonte para seu amadurecimento na espiritualidade trinitária foi,
precisamente, a Beata Elizabete da Trindade e seus escritos, fonte nas quais
hauria tanta inspiração e tanta força para andar pelos caminhos de Jesus. Num
momento de intensa experiência do Deus Trino, eis como Elizabete se refere ao
mistério da habitação trinitária: “No
seio dos Três, banhados na luz,/sob as claridades da Face de Deus/nós
penetramos o segredo do Mistério/ que cada dia parece mais radiosos!/Ser
infinito, profundidade insondável,/nós comungamos da tua Divindade./Ó Trindade,
ó Deus, nosso Imutável,/Nós vemos a ti mesmo em tua claridade”.[3]
c)
Em busca de uma espiritualidade trinitária. Como conclusão desta nossa
breve reflexão sobre o mistério da Santíssima Trindade – e infinitamente mais
poderíamos escrever e falar - proponho a todos os caros leitores a busca e a
experiência de uma espiritualidade trinitária que leve à comunhão entre a ação
e a contemplação. De fato, não é possível uma espiritualidade que se restrinja
apenas a momentos de oração como também não se pode entender uma
espiritualidade que se contente com ativismo, aliás, ativismo que parece, até,
uma característica de movimentos ou outras comunidades eclesiais. Talvez possa
ajudar-nos na caminhada trazer para a nossa vida uma afirmação do atual
Arcebispo italiano e exímio teólogo Bruno Forte: o Pai é o Silêncio (criar espaços de silêncio para ouvir); o Filho é a Palavra (anunciar Jesus e seu
Evangelho) e o Espírito Santo é o
Encontro (encontrar-se com a Santíssima Trindade que habita em cada filho e
filha de Deus e com o mundo a ser fermentado com os valores e critérios do
Evangelho).
Que Maria, a ouvinte atenta do
Pai através do Anjo da Anunciação; a imaculada Mãe do Filho, Palavra do Pai e a fiel habitação do Espírito
Santo (cf.Lc 1,26-18) acompanhe os passos de todos nós na busca incansável de
uma espiritualidade genuinamente trinitária!
Um abraço fraterno e carinhoso do
amigo e irmão de sempre e para sempre,
Pe.José Gilberto Beraldo
Segundo Assessor
Eclesiástico Nacional - MCC do Brasil