Jornal Informativo do
Movimento de Cursilhos de Cristandade
Arquidiocese de São Salvador – BA
Editorial
Julho 2014
MÊS
DO DIZIMISTA
Quanto vale a
minha fé?
Seria
possível avaliar a fé de alguém? Posso eu dizer quanto vale a minha fé? Finalmente,
o que é o DÍZIMO?
A luta pela sobrevivência exige um esforço
muito grande por parte do ser humano – seja para manter-se vivo atendendo as
suas necessidades básicas, ou para não se deixar eliminar pelo seu próprio
semelhante que briga por um lugar ao sol da forma como aprendeu. Sabemos que o
estado de necessidade conduz o homem à prática do absurdo, do inadmissível, do
crime.
Em nossa caminhada de fé
aprendemos com nosso Cristo Jesus a partilhar os nossos bens favorecendo os
mais carentes. Devemos dar ao nosso semelhante, não aquilo que sobra em nossa
mesa, mas aquilo que ele necessita para viver com dignidade. Deus nos recomenda
este serviço. Porém é, também, nosso dever ensinar ao próximo a busca do que
lhe é imprescindível para continuar vivo e proporcionar vida feliz àqueles com
quem convive ou que dele dependam. Aprendemos a partilha do pão, a
fraternidade, a solidariedade, a comunhão. Nada disso tem valor calculado e não
deve ser oferecido com olhos em moeda de troca. Isto é o exercício do amor que
Jesus Cristo nos ensinou desde o tempo em que caminhava com seus discípulos.
Estas lições nos foram passadas e ganharam importância em nossa vida de forma
proporcional à nossa fé.
Não me
causa expectativa o valor da minha fé, ou da fé daquele que caminha comigo. A
alegria está na disponibilidade que temos, na plenitude da vida, e no prazer de
dar. A propósito o nosso Jesus nos disse que “há muito mais prazer em dar do
que receber”... Não importa quanto (At. 20, 35). São Francisco de Assis, em sua
oração, lembra que é dando que se recebe. Continuemos a pedir ao Pai “O PÃO
NOSSO DE CADA DIA”, pois ELE, com alegria, conservará a nossa mesa sempre
farta, capaz de acolher e saciar a nossa fome e a fome do nosso irmão sofredor.
Não será isto o DÍZIMO?
Aloysio Campos filho
Coordenador do GED salvador
Aniversariantes do mês de julho
Aos nossos aniversariantes do mês de julho desejamos as boas vindas,
depois de uma pausa para a copa da
fifa. Vamos agora jogar a nossa COPA com muita garra e
perseverantes nos ensinamentos que recebemos do TÉCNICO, que nos ensinou todas as regras com o seu
testemunho de vida, só fazendo a vontade do PAI. Lembrando aqui que no último sábado do mês,
portanto, no
próximo dia 27, estaremos celebrando a missa dos aniversariantes do mês de
julho às 17H00, aqui na igreja do Bom Jesus dos
Aflitos. Venham todos prestigiar esse momento que é dedicado a nós e
especialmente para vocês.
Paz e bem para todos
vocês, são os votos do:
GED
SALVADOR
julho:
dia 1º - Iraci Adriana Scardal Batasim, dia 02 –
José Alves de Assis, Lavínia Pereira e João Elias Mattos Correia, dia 03
– Jundiara Maria de Paiva Hora – JÚ, dia 07
– Antonio Erenaldo Silva Cruz-TONHO, Maria Licéa
Costa de Souza e Nilza Nascimento, dia 09 – GIZA
– Gizânia Maria de Oliveira Gama, dia 10 – Naiane Oliveira, dia 11
– Danusa Brandão Lima Andrade, dia12 Jorge Santana Thomé e Tarsilla Alvarindo,
dia15-
Rita
Maria Eleoclice Sampaio-NOYTE, dia 20 –
Maria Eleoclice Sampaio, dia 21 – Marcia Franco Carvalho, dia 24
– Ana Maria Silveira-ANINHA, dia 26 -
Alfredo de Castro Oliveira e Angela Maria Freire de Lima e Souza, dia 27
– Cora Maria de Oliveira Trindade, dia 29 – Sylvio Eduardo Rebello
Ramos, Solange Silva dos Santos e Rafael da Costa Veloso, dia 30 – Sonia
Maria Pedreira Alves.
“
PE José Gilberto Beraldo
Acaso não sabeis que, no estádio,
todos correm, mas um só ganha o prêmio? Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio.
Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim
procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a
nós, buscamos um coroa incorruptível” (1Cor 9, 24-25).
Amados irmãos e irmãs no amor do Senhor Jesus Cristo,
Estamos, ainda, em pelo andamento da Copa
Mundial de Futebol aqui no Brasil. Antes de seguir com nossas reflexões sobre a
“Alegria do Evangelho” (EG), penso valer a pena dedicar algumas linhas desta
nossa Carta a uma curta reflexão sobre tal acontecimento visto sob a ótica de
critérios cristãos.
1.
A Copa Mundial de Futebol iluminada pelo olhar da fé cristã. No último número da Revista
ALAVANCA o Assessor Nacional Adjunto do MCC do Brasil, PE. Pedro Vidal de Souza
publicou um oportuno e belo artigo intitulado “Nossos
craques: nossos ídolos”. [1] Entre outras indagações, PE. Pedro
deixou-nos esta: “Quem são os nossos “ídolos”? É a nossa consciência que nos vai
dar a resposta e revelar a quem “idolatramos”.
Permitam-me, benévolos leitores, agradecendo
ao caro colega, aproveitar-me desta oportunidade para um olhar mais abrangente
sobre este evento mundial. Em primeiro lugar, é bom que fiquem muito claros o
direito e a necessidade de todo ser humano ao descanso, à sadia diversão, à
alegria e à festa não obstante as agruras, preocupações e o peso de cada dia.
Desse modo, os exercícios físicos, as distrações e o mesmo esporte e sua
competividade, reunindo pessoas e países, justificam-se por si mesmos. Nesse
contexto, admiramos aqueles e aquelas que se destacam por seus dons naturais,
por suas habilidades, pelos seus esforços e dedicação a ponto de se tornarem
exemplos de renúncia a tantos prazeres naturais e de entrega total a um ideal
(cf. citação bíblica acima).
Entretanto, aí é que moram a
tentação e o risco. Tentação e risco de serem essas pessoas idolatradas como se
minúsculos deuses fossem, por aqueles que lhes prestam culto e erigem altares,
ainda que simbólicos. Transformados em “ídolos” dos novos tempos, adorados e
aclamados, passam a comportar-se como tais, ainda que nem sempre e nem todos
sejam modelos de ética e de solidariedade; ao contrário, sendo gananciosos,
exibicionistas, ostensivos campeões do desperdício e da agressão aos mais
pobres e excluídos. Sem falar, neste tempo de Copa Mundial de Futebol no
Brasil, da oportunista, planejada e vergonhosa submissão política e social de
todo um governo e de todo um país a uma entidade particular em detrimento das
prementes necessidades básicas do povo brasileiro.
Afinal, não estamos aqui em ano
de eleições políticas? E se lembrarmos que para tudo se prestam os ídolos do momento,
poderemos concluir que de uma grande admiração passa-se ao um desmedido
entusiasmo; de um desmedido entusiasmo a um fanatismo irracional; de um
fanatismo irracional, à uma insana idolatria e de uma insana idolatria,
finalmente, como já aconteceu com certos ídolos bem conhecidos, para um
irracional culto pessoal. Culto em cuja “liturgia” não faltam os sons
estrepitosos de cornetas irritantes e bumbos, e que terminam com os ídolos
“caindo nos braços do povo”, como estampam alguns meios de comunicação!
Conclusão: da fé no único Deus verdadeiro dos cristãos, migra-se para a
“fé em fulano ou sicrano, meu ídolo”; da confiança do Pai que está nos céus,
para a “confiança nas chuteiras do ídolo preferido”... Vale lembrar que os
ídolos têm “canelas de ferro e os pés parte de ferro, parte de barro e que,
atingidos por uma pedra, transformam-se em palha no terreiro no final da
colheita, palha que o vento carrega sem deixar sinal” (cf. Daniel, 2,
33-35).
2. Continuação de nossas reflexões sobre a “Evangelii Gaudium”. Alimentando a esperança de que possa estar sendo útil, continuo
com o projeto de oferecer aos caros leitores e leitoras algumas breves
reflexões em torno da Exortação Apostólica “Evangelii
Gaudium” – “A alegria do Evangelho” (EG) do nosso Papa Francisco. Faço
notar que estes nossos comentários deveriam servir muito mais como motivação
para um estudo mais aprofundado da EG do que uma espécie de ilusão para esgotar
um assunto vital para a toda a Igreja e suas Comunidades, Associações e
Movimentos eclesiais. Assim, terminado o Capítulo I “Uma
transformação missionária da Igreja”, iniciamos com esta Carta, uma primeira
parte do Capítulo II, “Na crise do compromisso comunitário”.
Introdução (n.50-51)
Para os cristãos, não é
bastante tomar consciência através de estatísticas ou de qualquer outro meio
das mais distintas realidades que constroem a nossa vida e a vida da sociedade
moderna. A EG volta nos lembrar que o seguidor de Jesus é convidado, ainda,
para outro olhar, para uma outra fonte de discernimento que é o discernimento
evangélico, não só sociológico: “É o olhar do discípulo
missionário que se nutre da luz e da força do Espírito Santo”. É urgente, pois,
e necessário estudar os sinais dos tempos, em processo de humanização. Neste capitulo, diz o
Papa, a EG vai tocar em alguns aspectos apenas da realidade atual.
1. Alguns
desafios do mundo atual (52-75)A EG mostra um elenco de
desafios que o mundo atual apresenta à evangelização. São desafios já bem
conhecidos não só através de outros documentos da Igreja em todos os níveis,
mas, ainda, apresentados e analisados por antropólogos, sociólogos e outros
estudiosos das complexas transformações e mudanças pelas quais passa a
humanidade. Nesse ponto a EG apresenta quatro “não” e três “desafios”.
Quatro
“Nãos” a) “Não a uma economia de exclusão”. “Não matar”. É urgente dizer não a uma
economia de exclusão, que mata. A morte de frio de um mendigo não é notícia. A
queda na bolsa o é. Jogar comida no lixo quando há pessoas com fome, é exclusão
social. O ser humano tem sido considerado bem de consumo e descartável. Os
excluídos não são só explorados, mas também resíduos e sobras.
PE Beraldo
b) “Não à nova idolatria do dinheiro”. Na globalização da indiferença, os excluídos continuam a esperar.
Aceitamos pacificamente o domínio do dinheiro sobre nós. Criamos novos ídolos e
negamos a primazia do ser humano. Uma antropologia desequilibrada, reduzindo o
ser humano ao consumo.
c) “Não a um dinheiro que governa ao invés de servir”. Surge uma tirania invisível, tirando do Estado o poder de tutela
social. Dívida, juros, corrupção ramificada e evasão fiscal egoísta matam. Com
isso todas as realidades ficam frágeis e indefesas para agir. A ética estando
fora das categorias do mercado leva a Deus; enquanto ideologizada cai no
desequilíbrio e ordem social desumanos. Assim, excluir o pobre da participação
nos bens é roubá-lo e tirar-lhe a vida. É impossível tirar a violência sem
eliminar a exclusão e desigualdade.
d) “Não à
desigualdade social que gera violência”. Costuma-se atribuir a
violência aos pobres, que têm motivação na desigualdade. Com a exclusão
reinante, nunca haverá verdadeira tranquilidade. O sistema social e econômico
atual é injusto em sua própria raiz. O consumismo desenfreado e as estruturas
injustas geram morte e levam ao crescimento da corrupção entre os governos,
empresários e instituições.
Sendo pedagogicamente
limitado nosso espaço, na próxima Carta vamos refletir sobre um momento de suma
importância no contexto da EG que são os três desafios apontados pelo Papa
Francisco.
Sugestão
para reflexão pessoal e/ou em comunidade: primeiramente ler com atenção no
texto original da EG os quatro “Nãos”. Em seguida, o
grupo poderá procurar analisar qual deles é o mais evidente, ou melhor, qual
deles atinge em maior profundidade sua comunidade. Esta reflexão facilitará o
caminho para, em seguida, identificar os desafios culturais, os da inculturação
da fé e os da cultura urbana.
Despeço-me
com um abraço amigo e fraterno,
PE JOSÉ GILBERTO BERALDO
Equipe
Sacerdotal GEN