quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SETEMBRO 2010

Decolores
Boletim Informativo do
Movimento de Cursilhos de Cristandade
Arquidiocese de São Salvador – Bahia

Editorial
Setembro/2010
              Irmãos cursilhistas,
                  Na Assembléia Diocesana do ano passado, foi deliberado não haver cursilho nesse ano de 2010 e sim um Cursilho de Reciclagem para que tivéssemos a oportunidade de rever a caminhada do nosso movimento e a partir daí traçar novos rumos, de acordo com as diretrizes do Grupo Executivo Nacional.

                  Ficou também estabelecido que realizássemos Ultreyas em outros ambientes, o que temos feito dentro das nossas possibilidades. No dia 9 de abril fomos à comunidade D. Avelar onde realizamos a Ultreya do mês de abril. No mês de julho o grupo jovem do MCC foi responsável pela realização da Ultreya e no dia 19 de julho fizeram um Dia de Ação Global na Escola São Miguel, Fazenda Coutos III.

                  Hoje dia 11 estamos aqui na Igreja da Boa Viagem realizando a Ultreya do mês de setembro junto aos queridos irmãos cursilhistas da paróquia, cumprindo as determinações do MCC que nos pede ir um pouco além, lançando as redes em águas mais profundas.

                  Gostaria de lembrar aos irmãos que o Cursilho de Reciclagem se realizará nos dias 29 e 30 de outubro em nossa sede na Igreja dos Aflitos, tendo à frente de todos os trabalhos o Padre Gilberto Reis (Padre Gil), Coordenador Espiritual do MCC de Ilhéus. As inscrições já estão abertas.

                  Que o Senhor nos dê a Graça de prosseguir com coragem, evangelizando os ambientes com nossas vidas, revelando onde estivermos que Êle está vivo e nos pede que assumamos nossa missão num tempo de tantos desafios.

                  Não esqueçamos que Cristo conta conosco para realizar seu projeto de fraternidade, paz e justiça!

Meu abraço decolores.
                                                                                                                                                                   Lygia Fialho
Coordenadora do GED



Temos por consolo os livros santos que estão em nossas mãos
(1Mc 12, 9)

Frei Rufino Pinheiro, OFMCap.

              A Igreja do Brasil desde 1971 dedica o mês de setembro à Bíblia. A escolha desse mês está associada à memória de São Jerônimo (341), exímio tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras, e celebramos no dia 30.

              A Bíblia surge a partir da experiência de fé do povo de Israel com Deus que se revela na sua própria história. Em cada texto das Escrituras podemos conhecer a vida desse povo e sua relação com Deus, marcadas pelas mais diversas contradições: Fé e incredulidade, fidelidade e infidelidade, liberdade e escravidão, vitórias e derrotas, força e fraqueza, amor e ódio, justiça e injustiça, coragem e medo, confiança e desconfiança, acertos e erros, sabedoria e insensatez.

               Antes de ser escrita a Bíblia foi vivida, narrada (Tradição Oral) e recordada: Recorda os dias que se foram, repassa gerações e gerações... Pergunta ao teu pai e ele contará, interroga os anciãos e eles te dirão (Dt 32, 7). O povo que da Palavra se recordou, escreveu sob a inspiração divina (2Pd 1, 21). Deus falou aos humanos de modo humano. Afirma o Magistério da Igreja: “Todavia para escrever os Livros Sagrados, Deus escolheu homens que utilizou na posse das faculdades e capacidades que tinham, para que agindo Deus neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores tudo aquilo que ele quisesse” (Dei Verbum, 11).

                Os primeiros escritos da Bíblia surgem na época do reinado de Salomão (900 aC) (partes do Pentateuco – cinco primeiros livros da Bíblia) e os últimos, no final do século I ou meados do século II (Segunda Carta de Pedro). Apesar de ter sido escrita a milhares de anos atrás, a Bíblia continua atual, pois se trata da Palavra de Deus que não se limita aos condicionamentos do tempo. Nela o homem de hoje e de amanhã pode descobrir a vontade de Deus para as suas vidas.

                 A Palavra de Deus é de grande eficácia: Corrige, instrui, educa, “a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda obra” (2Tm 3, 16-17). Ela é remédio que cura; alívio para as nossas angústias; vinho que alegra o nosso coração; mel que dar sabor à nossa vida; água viva que sacia a sede do peregrino; pão celeste que alimenta nossa alma; sabedoria que nos conduz pelas veredas da prudência; lâmpada para nossos pés e luz para nosso caminho (Sl 119, 105). A sua mensagem transmite amor, alegria, esperança, coragem e paz. Por ela muitas vidas foram transformadas, ideais construídos, compromissos assumidos.

                 Todo o conteúdo da Bíblia foi escrito para a nossa instrução e proporciona perseverança e consolação (Rm 15, 4; 1Cor 10, 11). Desse modo podemos dizer como o autor do livro de Macabeus: “Temos por consolo os livros santos que estão em nossas mãos (1Mc 12, 9).
                Sejamos homens e mulheres famintos e sedentos da Palavra de Deus. Como Maria somos convidados a guardá-la no coração e vivê-la cotidianamente.



Aniversariantes
Aos aniversariantes do mês de setembro parabéns e feliz idade. Deus cubra de bênçãos e de todas as Graças almejadas. Abraços  DECOLORES   são  os votos do GED – SALVADOR.  São  eles  e  elas:
Dia 03 – Ofélia, dia 05 – Alonar Figueiras de Sousa e Ana Paula Liguori de Aragão, dia 06 – Caique Léda Gonçalves, dia 07 – Maria Berenice Tavares, dia 08 – Diana Santana, dia 11 – Laís de Moraes, dia 12 – Edvirges Fonseca, dia 13 – Danny Carvalho, dia 15 – Cláudia Nogueira e Ângela Silveira, dia 16 – Laíssa Liguori e Ana Maria Azevedo, dia 18 – Jean Carlos Rocha de Jesus, Mary Marques Dias e Luciana Moreira, dia 19 - Ana Cristina G. da Silva, dia 22 - Ednilson Dantas Conceição (NILSINHO), dia 25 – Paloma Barros, dia 27 - Julita Ferraz, dia 29 - Danilo Sales Oliveira de Queiroz e Uendel Vieira de Lima.
Eu quero
Gustavo Malta
               Todo mundo quer alguma coisa! Todos têm vontade de algo! E isso é muito bom! No entanto, muitas vezes não conseguimos saber o que queremos nem entender qual a nossa vontade. As causas para isso são várias: A grande oferta de profissões, de possibilidades, de caminhos a seguir... Parece que estamos sempre querendo algo porque estão sempre nos oferecendo algo! E assim vamos, usando, escolhendo, fazendo, sem nem saber, perceber ou sentir o que está acontecendo...
               Talvez um dos grandes problemas seja a falta de um projeto de vida. É ótimo termos desejos e vontades, mas é preciso que eles nos levem a algo e, com toda certeza, a algo bom!
                Para que isso aconteça é muito importante que a gente saiba quais são nossos verdadeiros desejos e para onde eles nos levam.
               O próprio Cristo foi um homem de desejos e, talvez, Ele possa nos ensinar algo sobre isso: Seu maior desejo era fazer a vontade do Pai. Mas como Ele conhecia seu desejo? Como podemos descobrir nossos maiores desejos, o que de mais íntimo há em nós? E com isso fazer um projeto para a nossa vida? Dois caminhos que podem nos ajudar e que se completam são: A oração e o autoconhecimento.
               Santo Inácio, nos Exercícios Espirituais, nos propõe esse caminho. Olhar para a vida de Cristo influencia e muda a nossa. Através da oração, da contemplação do próprio Jesus, vamos descobrindo aquilo que é mais importante.
               Com essa resposta, sabendo o que é importante, podemos então reconhecer: O que eu quero? O que desejo? E então colocar nosso afeto, nossa vontade e todo o nosso ser na realização do nosso projeto de vida. Mas não nos esqueçamos de perguntar a Jesus, Amigo Fiel: “Qual é a vontade do Pai para mim?”, Pois é isso que pedimos quando rezamos: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”.
Seguir os critérios de Deus
PE. ElcioJosé de Toledo, SJ
                 Acabamos de viver as emoções de uma Copa do Mundo. Em meu artigo anterior eu falava das lições que o esporte pode nos dar. Hoje quero falar de outra lição, a lição da “zebra”.

                 No futebol “zebra” é o mais fraco, aquele que menos se espera que vença o jogo. Todos apostam no favorito, no mais forte, no time com melhores jogadores, mas às vezes é justamente o mais fraco que vence. Aí dizemos que “deu zebra”. A maioria das pessoas sente-se feliz quando um time pequeno vence, exceto os torcedores do time grande. Parece que quando um favorito perde, se faz justiça e nos consolamos ao ver que nem sempre os mais fortes vencem. Também na Bíblia há várias manifestações de alegria por ver que nem sempre são os poderosos que vencem.

                 A frase do Magnificat: “Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes”, segue como expressão de um desejo de justiça.

                 No caso da Bíblia, o desejo por justiça é autêntico, e não simplesmente, o desejo de vingança motivado por nosso “sentir ferido”, que pode ser uma explicação psicológica sobre a alegria de ver alguém superior derrotado. Na Bíblia, a opção pelo mais fraco mostra que os critérios de Deus são diferentes dos nossos.

                 Tomemos o exemplo do Rei Davi. Era o caçula dos irmãos, e quando Samuel foi enviado por Deus para escolher um Rei entre os filhos de Jessé, certamente, não pensou no menino Davi.              Havia vários candidatos melhores que ele na família e o caçula sequer foi apresentado (1Sm 16, 1-13). No entanto, Davi foi o escolhido, pois só ele conseguiria governar Israel com sabedoria. Em seu primeiro desafio fora de casa derrota o gigante Golias (1Sm 17, 12-54), mesmo sendo um menino contra um guerreiro experiente. Nesses casos aprendemos que os favoritos dos homens não são os de Deus, pois Deus “escolhe os fracos para confundir os poderosos” (1Cor 1, 27).

                  Então podemos concluir que Deus aposta nas “zebras”, justamente, porque seus critérios são outros. Quando queremos discernir a vontade de Deus, temos de levar isso em consideração, porque tendemos sempre a olhar para a opção mais óbvia, a favorita, e pode ser que Deus nos peça que optemos pela “zebra”. Para Samuel Deus pediu que ungisse Davi, mesmo quando tudo parecia indicar que os escolhidos seriam os irmãos mais velhos; Davi “zebra”.

                  É preciso muita oração, muita sintonia com Deus para entender sua vontade como a menos provável segundo critérios humanos. Essa sintonia, porém, significa entender seus critérios e acreditar que Deus dá às “zebras” “asas como águias, que correm sem cansaço e caminham sem fadiga (Is 40, 31).