domingo, 7 de novembro de 2010

NOVEMBRO 2010

Decolores
Boletim Informativo do
Movimento de Cursilhos de Cristandade
Arquidiocese de São Salvador – Bahia

Editorial
Novembro/2010

                  Irmãos e irmãs em Cristo,

                     Estamos às vésperas do Advento, quando a Igreja nos convoca a um viver novo, a mudar totalmente de vida, a assumir nossa vocação e missão de leigos comprometidos com o Novo Tempo.
                    É necessário que nos empenhemos nessa nova evangelização; que não poupemos esforços para levar a mensagem evangélica a todos os irmãos, especialmente os batizados afastados.
                    Somos muito tímidos em relação à nossa fé; não temos a ousadia de nossos irmãos de outros seguimentos religiosos, que vão de porta em porta anunciando que Jesus está para chegar.
                    Não permitimos ainda que Jesus venha até nós, entre em nossas casas, que tenhamos um encontro pessoal com Ele, para que conhecendo-O em profundidade, possamos colocar Seus ensinamentos em prática, testemunhando que ele está vivo em nós.
                    Neste mês de Novembro, estamos estudando a encíclica Dei Verbum em nossa Escola da Fé, para prepararmo-nos mais e melhor para a nossa missão; para isso, Frei Rufino, nosso orientador espiritual, tem se esforçado para repassar a todos nós o conteúdo da Encíclica, dentro de seu carisma tão originalmente especial.
                   Conhecendo Jesus e Sua palavra redentora, estaremos mais capacitados para assumir a missão que o Senhor nos confiou e seremos assim, leigos comprometidos com a Boa Nova, vivendo o fundamental cristão, testemunhando com a nossa vida que Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai!
Saudações decolores,

                                                                                                        Lygia Fialho
Coordenadora do GED




Aniversariantes

               Vamos saudar nossos aniversariantes do mês de Novembro, rezando por eles e pedindo a Deus que os abençoe e os proteja por toda a vida. Votos do GED Salvador. São eles:
Dia 01 - Tereza Matos Rebouças e Maria Luiza Mendonça, dia 03 – Dom Gregório Paixão e Elvira Pereira de Athayde, dia 05 – Eleonora Pacheco de Miranda e Gilberto Bonfim, dia 07 – Paulo Câmara, dia 09 – CIDA Maria Aparecida Araújo de Souza, dia 10 – Valter Bispo dos Santos, dia 11 – Marilene Sá, dia 15 – Neide Passos e BELINHA Isabel Santos Ribeiro, dia 17 - Andréia Conceição, dia 19 – Gabriela Gordilho, dia 20 – Joseane Pinheiro Correia de Araújo, dia 22 - Terezinha Carvalho da Silva, dia 23 – Moema S. Ribeiro, dia 26 - Letícia Alves de Sousa e dia 28 – Maria Beatriz da Silva.


Conversar
Gustavo Malta SJ
Sempre achei muito bom conversar. Ter pessoas por perto para bater um papo é uma das melhores coisas que podemos fazer na vida. Um momento de partilha de muitas opiniões... sobre o mundo,  a vida, o dia a dia, enfim, muitos e vários assuntos diferentes.
Mas, à medida que o tempo passa, pude ir percebendo como as pessoas têm sentido mais dificuldade de conversar sobre si mesmas. Os assuntos geralmente tratam de coisas superficiais, distantes, como o futebol, o tempo ou alguma coisa que acontece do outro lado do mundo.
E por que será que isso está acontecendo?
Talvez um dos principais motivos seja o maior distanciamento familiar. Antigamente se sentava junto para fazer as refeições. Passava mais tempo próxima durante o fim de semana. Tinha mais tempo de convivência! Hoje, as atividades do dia a dia parecem tomar conta de todo o tempo disponível. Estudos durante o dia todo, atividades extras para as horas que “sobram”, trabalho até aos domingos... e o tempo para curtir a família vai ficando mais e mais escasso...
Que bom quando as famílias percebem que mais importante que fazer muitas coisas sozinho é poder partilhar a vida com os outros! Assim como Jesus gostava de fazer suas refeições com seus discípulos, nós deveríamos gostar de estar junto das pessoas que amamos. Com certeza, Jesus e seus amigos conversavam muito. Falava da vida, dos planos, das angústias, das dúvidas e do Pai, a quem Jesus tanto se referia.
Que esse exemplo de Jesus possa despertar em nós esse desejo... o simples desejo de conversar, de perguntar ao outro, ao pai, à filha, ao amigo, à irmã, como está... o que tem acontecido em sua vida. Que ainda hoje continua gostando de um bom dedo de prosa! Que ainda hoje continua nos perguntando como estamos, o que estamos fazendo, e que continua nos falando do amor do Pai por nós. Vamos conversar, então. Falar e ouvir o outro. Falar e ouvir Jesus!

CARTA DO PADRE BERALDO – Grupo Sacerdotal do MCC – NOVEMBRO/2010


          “Nele (em Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4). “Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não em atenção às nossas obras, mas por causa do seu plano salvífico e de sua graça, que nos foi dada no Cristo Jesus antes de todos os tempos” (2Tm 1,9). “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1Ts 4,7).

                   Amados e amadas no Deus-Santo, no Deus-Amor, no Deus-Ternura, no Deus-Pai e Mãe:


             Entre outras comemorações do mês de novembro, penso que nós, cá entre tantas vozes de um mundo a cada dia mais barulhento, mais inquieto, mais apelativo, católicos, motivados pela Solenidade de Todos os Santos, logo no início do mês (na Igreja do Brasil, neste ano transferida do dia primeiro – por ser dia de semana para o domingo, 07), deveríamos ocupar-nos mais detidamente com uma reflexão sobre a santidade. Como santos, nesta Solenidade, a Igreja quer celebrar tanto os conhecidos e canonizados que não tiveram memórias especiais nos demais dias do ano, como os desconhecidos e anônimos, irmãos e irmãs nossos, heróicos no seguimento das pegadas de Jesus e fiéis nas virtudes evangélicas. Entretanto, observa-se que na cabeça de muito católico o conceito de santidade ainda está quase que restrito ao altar com a imagem do santo (a) de sua devoção ou à veneração de santos (as) canonizados (as) pela Igreja. Trata-se, porém, de um conceito, senão incorreto, pelo menos muito limitado do que seja a santidade. Talvez, por isso, explica-se a existência de um culto aos santos que é desproporcional em relação, por exemplo, à Eucaristia. Proponho, então, apresentar-lhes alguns pontos inspirados na Palavra de Deus anunciada pela palavra São Paulo e lembrada acima, tendo como tema central a vocação do cristão à santidade.

1. No que consiste a santidade. Já no Antigo Testamento Javé convidava o povo de sua eleição a que fosse “santo” como Ele mesmo é santo: “Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo” (Levítico 11,44). Ora, Deus é santo porque, essencialmente, é Amor, como nos ensina São João (Cf.1Jo 4,16). Brotando da essência do Deus-Amor, a santidade nada mais é do que viver o amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Cf. Mt 22,39; Mc 12,31; Lc 10,27). Portanto, na palavra de Jesus, muito além do sacerdote e do levita, o samaritano foi um santo que amou o ferido e abandonado na sarjeta mais do que a si mesmo. São Paulo nos diz que santidade é ser “santo e íntegro” diante dEle, no amor. Então, meu irmão, minha irmã, aqui está a síntese da definição de santidade: AMOR e AMAR! Se você quiser avaliar seu conceito de santidade, avalie, antes de tudo, as dimensões do seu amor a Deus e ao próximo. Tudo o mais na busca da santidade nasce do AMOR: oração, renúncia, penitências corporais, sacrifícios, etc.

2. A vocação para a santidade.  São Paulo nos diz que Deus, através de Jesus Cristo, a todos nos chamou com uma vocação santa (Cf. 2Tm 1,9) e, portanto, à própria santidade.  Pois,  se  a
santidade brota da essência do amor que é o nosso Deus-Amor, o chamado para a santidade nasce no coração do próprio Deus. Também São Pedro, lembrando o Levítico, nos admoesta:
Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: ‘Sereis santos porque eu sou santo” (1Pd 1,15-16). É no sacramento do batismo que nos purifica e nos introduz na intimidade da filiação divina, que vamos encontrar a vocação, ou seja, ouvir o chamado à santidade. São Paulo, como lemos acima, afirma que “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1Ts 4,7). Portanto, meus amados, não busquemos nenhuma desculpa para não ouvir a voz do Deus-Amor. A não ser que a “impureza”, a injustiça, o desamor, a violência, a vaidade, o orgulho ou os excessivos ruídos que nos cercam e que em nós penetram, nos tenham deixados surdos e surdas!

3. A resposta ao chamado. Nosso Deus-Amor fez a sua parte: abriu seu terno coração e nos chamou à santidade, isto é, introduziu-nos na vivência do Amor. Amor que se traduz, como ensina Jesus, na prática do amor ao próximo, na vivência das bem-aventuranças e do Pai-Nosso. Implícita ou explícita, qualquer chamado espera uma resposta. E, agora? O Pai também espera uma resposta. A sua resposta. Resposta que a gente vai dando em todos os momentos da vida. Resposta que será dinâmica enquanto tivermos coragem para renovar o compromisso fundamental da fidelidade ao chamado; resposta repetida desde o nascer ao por do sol, pela manhã, à tarde e à noite, à medida que vamos relendo as circunstâncias pessoais e históricas que tecem a nossa vivência. Você, meu irmão, minha irmã, está disposto a responder com o amor nascido no seu coração ao chamado que Deus lhe faz para a santidade? Ou, até quando Ele deverá esperar sua decisão? Nossa sorte é que o Senhor nosso Pai-Mãe é paciente, “é misericordioso e compassivo, lento para a cólera e rico em bondade” (Cf. Sl 103,8).

4. Desafios à busca da santidade. É fácil ser santo? Ser santa? Supondo que você tenha dado uma resposta positiva ao chamado de Deus à santidade, lembre-se que, apesar de todos os nossos anseios, nem sempre o caminho em busca da santidade se apresenta totalmente livre, sem qualquer obstáculo. Pelo contrário, quanto mais aspiramos alcançá-la, maiores poderão parecer as dificuldades, pois vai-se amadurecendo nossa  capacidade de discernir e, portanto, de melhor afinar os ouvidos para ouvir o Senhor que nos chama à santidade.  Onde antes não ouvíamos qualquer sussurro vindo dEle, hoje, com ouvidos mais sensíveis, entre tantas vozes de um mundo a cada dia mais barulhento, mais inquieto, mais apelativo, podemos perceber a voz de Jesus que nos convida a entrar por uma “porta estreita” (Cf.Mt 7,13); a “negar-nos a nós mesmos e tomarmos a cruz de cada dia” (Cf.Mt 16,24; Mc 8,34; Lc 9,23). É palmilhando os caminhos nas pegadas de Jesus; é assumindo o firme compromisso do seguimento do Mestre que, apesar de todas as nossas limitações e fraquezas, chegaremos à santidade, ou seja, à perfeição do amor: “Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). É fundamental que tenhamos sempre gravado na mente e “tatuado” no coração que: “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1Ts 4,7).

Permitam-me, meus amados, encerrar esta carta ousando fazer minhas as mesmas palavras que São Paulo, já saudoso, dirigia a seus irmãos e irmãs de Roma: “A vós todos que estais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Rm 1,7).
                                                                                                            PE. José Gilberto Beraldo
 Grupo Sacerdotal do MCC